terça-feira, outubro 16, 2007

Foto Arte

Começa hoje. É em Brasília, por isso, não terei condições de ir. FOTOARTE. É um baita evento. Curioso navegar pelos trabalhos e ler um pouco dos textos que tentam "explicar os trabalhos". A fotografia ainda é muito refém da legenda, ou melhor, quem vê fotos ainda precisa saber do que se trata. Eita coisa arraigada! Por um lado, tem a parte da curiosidade que pergunta, - mas como foi que o disgramado fez isso? Antigamente, a pintura era mais misteriosa, a postura diante da obra, um pouco mais comedida. Imagino que seja um pouco porque os pintores cultivavam certo mistério em torno da técnica e imagino também que as pessoas ao observar se sentiam constrangidas de perguntar ao pintor, - ei, me explica, como você fez este esfumaçado? e esta transparência? e esta luz fantástica? e esta perfeição de perspectiva?

quarta-feira, outubro 03, 2007

Copan em Dobro

A dobra é um tema da arte. Ao dobrar um plano criamos estrutura. Uma folha de papel mole na mão consegue ficar em pé sobre a mesa depois que ganha uma dobradura. Espelhos criam dobras visuais no espaço. Quem nunca passou tempos com um caleidoscópio no olho? A fotografia é muita afeita a estas brincadeiras e quantos mundos não surgem de dobraduras fotográficas? Geraldo de Barros e suas Fotoformas, Harry Callahan e as duplas exposições, entre milhões de aventureiros em busca da dobradura do olhar. Vejam o que este fotógrafo fez com o já tão decifrado edifício Copan (por Felipe Cretella).

terça-feira, setembro 25, 2007

O Pentaprisma de Dürer


Em minhas andanças aleatórias pelo meio digital, encontrei esta gravura de Dürer que não conhecia e que me impressionou muito. No Wiki tem um verbete para ela e um link direto para um arquivo em alta. Melancolia I, chama-se. É de 1514 e já mereceu um livro de dois volumes e uma monografia inteiros só para ela. Tem um quadrado mágico no alto, à direita. Parece que interpretam o que para mim parece um sol, como sendo um cometa. Esta época, 1514, é o início do domínio sobre a luz, por isso creio ser o sol e seus raios, num modo didático de dizer que é a luz que cria o arco-íris. A "anja" sentada não está com fisionomia melancólica, entretanto. Me parece que sua melancolia está relacionada ao tédio diante das descobertas da ciência, desvendando como o mundo se constitui, com tantos instrumentos para dominá-lo. tem o compasso, a ampulheta, a balança, a roda (o anjinho pequeno está sentado sobre ela), entre outras ferramentas. mas o que mais me impressiona,fotógrafos!, tremei, é o baita pentaprisma na cena. a interpretação que vi no Wiki me parece ridícula. dizem que simboliza a forma imperfeita, inacabada, que relacionam ao sentimento de Melancolia. que nada! com um pentaprisma desses, quem precisa de câmera escura para desenhar?

terça-feira, setembro 18, 2007

CONTROL

O fotógrafo e diretor de cinema Anton Corbijn fotografou Joy Division em 1979. Usou preto e branco. Em 2007, lança o filme CONTROL, usou preto e branco. O trailler mostra um filme à moda antiga, planos bem fotografados, ritmo humano de edição, sem câmera frenética, voando entre prédios, sem gente congelada no ar enquanto a câmera gira, um mundo que acaba sendo mais romantizável do que o fantasioso da maioria dos filmes de Hollywood hoje em dia. Não é um filme de rock, apesar de falar também da antológica banda, e dos fãs quererem muito que fosse, mas concentra-se no relacionamento entre Ian Curtis e Deborah, até o suicídio do marido, em maio de 1980. Preto e branco é só a técnica escolhida? Joy Division, New Order, só um pano de fundo?

Jornal Pinhole

Fui assinante do Pinhole Journal em 2005. Tinha sempre coisa interessante, foi descontinuado. Durou 55 edições. As edições anteriores, ou o que restou delas, ainda estão a venda no site, por preços até módicos: Pinhole Resource. Vi esta foto e me lembrei das experiências com cianótipos, que pretendo retomar assim que terminar a dissertação de mestrado.

quinta-feira, setembro 06, 2007

Na falta de inspiração, um copy-paste

A fotografia é uma linguagem que foi explorada desde a sua criação há mais de 160 anos e para a qual foi desenvolvido um extenso corpo de conhecimento técnico. A indústria participou dessa exploração criando tecnologia ligada à produção de ferramentas para a execução de fotografias. Não que estas inovadoras ferramentas fossem absolutamente necessárias para que as imagens continuassem sendo feitas, mas foram muito úteis, de fato.

Ao longo dos anos essa pesquisa foi sendo direcionada à solução dos problemas mais comuns na realização de fotografias visando a valorização comercial da ferramenta e a padronização da qualidade técnica das imagens.

Na verdade, quando o próprio Niepce decidiu buscar uma maneira de gerar uma nova matriz a partir de uma gravura impressa e orfã, ele também queria valorizar a sua ferramenta comercialmente.

Na época da invenção do daguerreótipo a exposição à luz era exageradamente longa e a cada mês ou mesmo semana avanços nas pesquisas tornavam possíveis exposições cada vez mais curtas. Nos anúncios dos comerciantes da fotografia esse tempo de exposição (cada vez mais curto) figurava sempre em destaque. Assim se media o avanço da técnica, assim se dava sua valorização comercial. Hoje é o megapixel que mede o avanço tecnológico da fotografia e que faz os preços subirem.

terça-feira, julho 10, 2007

Será?

"A obrigação de produzir aliena a paixão de criar. O trabalho produtivo faz parte dos processos de manutenção da ordem. O tempo de trabalho diminui à medida que cresce o império do condicionamento." Raoul Veneigam
Li esse quote num tag line. Será?

segunda-feira, junho 25, 2007

Filme x Digital

No meio das montanhas do Peru, a briga continua...

quinta-feira, junho 21, 2007

A tal da metareciclagem

Recentemente tentei estar presente a um batepapo no Estúdio Livre que rola de vez em quando, são os famosos Papos na Casinha. O Estúdio tem um casinha ali na Vila Madá.
Entrei no site deles e pude baixar o mp3 com o papo. Ouvi as 2h20 de conversa, se fala muito sobre política já que isso está tão intrinsicamente ligado ao que se faz hoje em alta tecnologia.
Enquanto eu inocentemente tento me apropriar de hardwares obsoletos, eles querem se apropriar da maneira de construir softwares. O buraco é duplamente mais embaixo. Eu só quero fazer arte, eles querem libertar o conhecimento e a tecnologia, torná-los realmente acessíveis.
Eu achava reciclagem legal, pegar um Mac velho e ressucitá-lo. A metareciclagem é ensinar meninos a programarem seus PCs velhos com distros de linux construidas num fundo de uma escola em ruínas.
O Felipe, 2F, arrasou comigo e nem se deu conta: hardware é muito simples, um quebra-cabeça de 5 ou 6 peças. Software é a nova fronteira, nossos problemas se resolvem é no software.

terça-feira, junho 19, 2007

Esquina entre o século XXI e o XIX

Chapas de cobre são velhas conhecidas dos gravuristas e dos fotógrafos velhos. Minha amiga Helena (Helenbar) participou de uma oficina de daguerreótipos no Studio do Século XIX de Francisco Moreira da Costa em Lumiar e documentou para a gente poder ver um pouco também.

sexta-feira, junho 01, 2007

Una Salida

Foi no Mês da Fotografia de 1999 que eu conheci a Pampa. Uma texana que tocava um escritório de fomento à arte em Houston. Ela me encheu de vontade de ir ao FotoFest em 2000, em busca de uma saída. Para Pampa, o FotoFest é o lugar para encontrar una salida, no portunhol que ela aprendeu no Brazil. Una salida é um fim para algo que já começou.
Essa semana fomos à uma exposição diferente, a primeira exposição da galeria virtual http://florenceantonio.com.br/ que está rolando na Casa dos Macacos no Morumbi. Uma galeria virtual, quem diria? Mas que para mostrar a que veio aluga uma casa abandonada, ou melhor, uma enorme mansão no Morumbi e faz uma coletiva com todos seus artistas. Um coletivo, quem diria? Uma casa, por apenas um mês, quem diria?
A verdade é que nem todo mundo precisa ir a Houston para encontrar uma saída. Ela pode estar aqui, em uma casa abandonada, em uma idéia coletiva, simples e virtual.

sábado, maio 26, 2007

Câmara Corporal

Para tirar uma foto é preciso se aproximar do outro. Mas se aproximar não é chegar perto, é estar com o outro, ficar com o outro, restar com o outro, levá-lo para sempre dentro de nós mesmos. É quando essa consumação se torna imediatamente possível que a foto acontece. Não é preciso possuir.... nem uma câmera...

E lá vai o meu outdoor:
A câmara corporal é fototemporal

sexta-feira, maio 25, 2007

BolaBox

BolaBox
fiz uma nova câmera, a BolaBox. aí vai uma das primeiras fotos, que eu estraguei por acaso e por acaso saiu boa, gostei. ela faz imagens redondas. a terra, dizem, como é. ainda faltam alguns ajustes. percebam que o foco tá parecendo pinhole, deve ser o hábito do dono. o obturador é à moda antiga, destapar e tapar a objetiva manualmente. a objetiva é intercambiável, muito chique a BolaBox. aceita tanto Nikon quanto Canon quanto Pentax quanto Paraguaias mil. que democrática.

terça-feira, maio 15, 2007

O mundo é das digitais

Até agora, ninguém me olhou esquisito por eu carregar uma FM2, mas eu posso garantir que todos que cruzaram comigo em 10 dias de viagem tinham uma digital para fotografar. E olha que nao foi pouca gente, considerando que eu estive na meca turística do Peru, Machu Picchu. Tem um monte de gente com essas compactas de LCDs enormes e vários caras "sérios" com suas gigantes D200 ou equivalentes. E no trem de volta, esses caras ficavam olhando as fotos do dia e mostrando para os amigos seus melhores ângulos. Mas o mais engracado mesmo é o objetivo comum de todos: conseguir a famosa foto do cartao postal! Pra garantir a nossa pose em frente às ruínas, já na hora de ir embora, eu e meu irmao pedimos pra quem entende dessas coisas: largamos a câmera na mao de um japonês e seguimos suas orientacoes de dar uns passinhos pro lado. O Marcus garante que vai pro porta-retrato!

segunda-feira, maio 07, 2007

A foto da capa


Mastrangelo Reino. Folha Imagem 07.05.2007




Hoje pela manhã, após um belo domingo desconectado dos meios de comunicação, encontro na primeira página da Folha de São Paulo uma impactante fotografia. O autor, Mastrangelo Reino, capturou com sua digital, na madrugada de sábado para domingo, 16 policiais militares (você conta mais?) no confronto com os ditos fãs do grupo racionais MC’s, no centro de São Paulo. Sendo o destaque imagético único da Virada Cultural na capa do jornal, ocupou todo o terço superior. Com tamanho destaque (aliás, merecido pela imagem) algumas perguntas ficaram na minha cabeça:
A capa só serve para vender o jornal, ou já transmite idéias e valores sobre os “fatos”? O título que acompanha a fotografia (Virada tem público recorde e depredação) serve como contraponto, atenuante, ou fica a imagem de que o tumulto foi mais importante que a festa? Não teria o banco de imagens da Folha uma fotografia espetacular da festa para por ao lado desta ou para dar como destaque (ou no caso, o incrível dessa imagem é realmente único)? Os fotógrafos do Jornal só buscam confusão e não conseguem fotografar espetacularmente (como parece exigir uma primeira página) a festa popular?
Ou seria a imagem da violência já contraponto das duas fotografias abaixo, a saber: Felizes jogadores do Santos F.C. comemorando a conquista do campeonato e o beijo dos noivos (pais de Enzo, 7; 2º. Milagre atribuído a frei Galvão?!?!?)?
Como articular denúncia e informação?
Por fim, o que é espetacular, e o que se tornou banal: 3,5 milhões de pessoas se divertindo no centro da metrópole em plena madrugada ou o confronto da PM nas ruas da cidade?

P.S.: Obviamente duvido que seja incapacidade dos fotógrafos cujas fotografias admiro freqüentemente nas páginas do jornal. E todas as minhas medalhas (mesmo que eu não tenha mérito para conceder nenhuma) para Mastrangelo Reino, que afinal deve estar muito feliz com ter emplacado a capa. Eu também ficaria.

segunda-feira, abril 30, 2007

Com que câmera eu vou?

Uma das coisas mais chatas do universo é mostrar uma série de fotos - seja um trabalho comercial, um ensaio viajandão ou as fotos da última viagem - e ficar o tempo todo ouvindo um mala perguntar: "que câmera você usou, que filme é esse, que lente você usou?". Dito isso, uma das coisas mais difíceis de se fazer é justamente escolher o que levar na hora de viajar. Quer dizer, deve ser fácil pra quem usa sempre o mesmo equipamento, mas pra quem gosta de mudar toda hora, é um drama se decidir entre cor ou PB, filme ou digital, 120 ou 35. E como toda decisão na vida, escolher significa também se frustar um pouco. Eu era louca pra fotografar Machu Pichu e aquelas pedras incas todas com um Pan F e a minha Hassel, mas a realidade mochileira falou mais alto... Ainda assim, dei um jeito de fazer cor e PB: uma FM2 pro preto-e-branco e uma compacta que eu nem sei a marca pros coloridos.

Em junho, quem sabe, eu mostro umas fotos...

segunda-feira, abril 16, 2007

Caseiro não é o mesmo que banal

Nem tudo que parece novidade é mesmo novo. Muitas vezes, apenas notamos algo que nunca havíamos prestado atenção antes simplesmente porque nosso interesse estava noutro lugar (tipo Man Ray pra mim, mas isso é outra historia…). Não acho que só recentemente os fotógrafos se voltaram para suas vidas íntimas, suas casas, famílias, etc. E menos ainda que uma fotografia voltada para si seja banal. Ou você teria coragem de chamar de banal o trabalho de Julia Margaret Cameron, que no século XIX passou 14 anos fotografando as mulheres e crianças que viviam ao seu redor quando não estava fazendo nobres retratos de homens importantes? (só sua empregada Mary Hillier aparece - como ela mesma e como personagens mitólogicos e bíblicos - em 37 imagens de uma obra que tem catalogadas 1222. Mais sobre Cameron em um próximo post…). Já no século passado, podemos falar de Nan Goldin e de Sally Mann com seu lindo Immmediate Family. É claro, você pode não gostar por diversos motivos, mas todos os trabalhos citados tem envolvimento e qualidades suficientes para os livrarem do adjetivo banal. Isso não quer dizer que não existam trabalhos ruins por aí...

Numa Creative Camera de 1993, uma resenha sobre o livro de Mann tenta uma explicação: nos anos oitenta, uma nova geração de documentaristas se voltou para dentro de casa após o esgotamento de uma visão humanista do pós-guerra, que na década de 60 explorou intensamente uma iconografia da família baseada no distanciamento e na denúncia da pobreza e da alienação. Outra teoria, de um livro sobre "fotografia como arte contemporânea", é que a "art photography" mostra o lado "sujo" das fotos de família que todos fazem (entre outras teorias que estou com preguiça de contar). Bem, o livro fala de Nan Goldin, mas também mostra umas outras coisas ruinzinhas demais...

Ou seja, o banal não está nas coisas em si, mas nos olhos de quem as vê.

quinta-feira, abril 12, 2007

Idéias são como o vírus da gripe: estão no ar e por toda parte

Um amigo meu comentou a coluna do Guilherme no Fotosite sobre os fotogramas da Ani Pil. Disse que gostou das imagens e que elas o fizeram lembrar de um trabalho do século XIX de uma tal Anna Atkins. Será que o Guilherme conhecia? Não, nem eu, e tenho certeza que a Ani Pil também não. Fui procurar (santo google!) os trabalhos de Ms. Atkins – a ela é creditado o primeiro uso de processos fotográficos para ilustrar um livro, cianótipos de algas inglesas. As imagens são lindas e realmente têm um parentesco com os fotogramas azulados de flores de Ani, embora o primeiro tenha tido motivações científicas e o último não tem nada a ver com isso. Então tive a oportunidade de fazer cianótipos no fim de semana e resolvi fazer um com samambaias em homenagem aos de Anna. Uma coisa leva a outra e fiquei pensando na possibilidade de fazer grandes cianótipos com silhuetas humanas... Bem, aquele tom azulado me fez lembrar do lindo azul dos trabalhos do artista francês Yves Klein (1928-1962). Eu havia pensado mais nas Antropometrias, imagens produzidas a partir da tinta azul pincelada no corpo das modelos que depois se encostavam na tela seguindo as orientações do artista. Foi justamente por ter lembrado primeiro desse trabalho que fiquei um pouco decepcionada comigo mesma ao ver outros que são exatamente o que eu tinha em mente ao juntar as palavras silhueta, azul, cianótipo. Mas o pior não foi isso: logo ao lado das imagens de Klein, estão didaticamente colocadas obras em azul de Matisse e de Rauschenberg. Adivinhem o que fez Rauschenberg? Um fotograma azulado de uma silhueta feminina... Ou seja, ou as idéias estão por aí, pairando no ar e as coisas se parecem por acaso, ou a nossa mente entulhada de imagens e informações (e letras de músicas ruins!) nos apresenta como novas idéias que vimos alhures...

quinta-feira, março 22, 2007

Um clima mais caseiro

Sempre vão existir os fotógrafos de rua e de guerra, mas de um modo geral me parece que muitos fotógrafos se voltaram recentemente para o interior de suas casas, de sua intimidade. Não sei precisar se é o medo de assalto ou bala perdida na rua ou se é uma posição típica de início de século, introspectiva.
Existe também um excesso de reedição de trabalhos antigos, é, Flusser estava certo: as possibilidades do aparelho são finitas (principalmente quando param de fabricar o filme que você gosta de usar no seu aparelho).

quarta-feira, março 14, 2007

Fugindo na Kombi

quem já fotografou com Kombi? E não se trata de transformar o explosivo veículo em câmera pinhole não, o que sempre será uma ótima idéia.

sábado, fevereiro 10, 2007

O que eu realmente espero de uma fotografia

Que seja como ouvir outra pessoa falando comigo e conseguir entender algo, pelo menos uma emoção, não precisa ser nada objetivo.
O que você espera de uma fotografia?

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Mais que uma foto num mural

O trecho abaixo é reproduzido sem prévia autorização do autor, para dar um suspense:

"Qto à idéia do elevador...estive imaginando... E se, ao invés de simplesmente pôr a foto no mural, a gente pusesse uma poltrona, um abajur, uma mantinha...sei lá...algo do tipo...ENTRE E FIQUE À VONTADE!...um vaso de flor...revistas..sei lá...e fotografasse isso! As pessoas reagindo...não podia ser interessante?...No elevador ninguém faz nada mesmo, a não ser fritar olhando um pra cara do outro."

O detalhe é a expressão "E se, ao invés..." que demonstra toda a impotência da foto solitária contra o happening ou a performance que pode envolver ou não uma fotografia. A fotografia por si só é meio impotente, né? Mas dá uma alavanca!

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Eu vou clicar, mas não vou acender agora


Que tal um passeio até 1891, apenas três anos depois do lançamento da primeira Kodak, e ouvir o jingle (na época se chamava música, hoje virou mp3) vendendo a idéia da automatização da fotografia? "Você aperta o botão, nós fazemos o resto."
You Press the Button, We Do the Rest
by W. S. Mullaly ©1891

É fechar os olhos e imaginar as charretes na Broadway toda enlameada lá fora, olhando pela vitrine do Saloon.
George Eastman soube fazer a coisa parecer simples e transformá-la em popular, muito popular.
Qual será a diferença entre o apertar de botões de outrora e os "clique aqui" de hoje em dia?

sábado, janeiro 20, 2007

Cerol na linha do tempo

Em 1932, surgiu a Technicolor para os filmes, onde três negativos preto e branco eram gravados sob três filtros diferentes dentro da mesma câmera. O Grupo f/64 dedicado ao pensamento e produção de fotografia foi criado com Ansel Adams, Imogen Cunningham, Willard Van Dyke, Edward Weston, entre outros. Henri Cartier-Bresson comprou uma Leica e começou seus sessenta anos de carreira fotografando pessoas, Adolf Hitler resolveu concorrer a eleições para presidente e George Eastman escreveu sua nota de suicídio: "meu trabalho está feito. Por que esperar?".

(quase todas as informações foram retiradas daqui)

Simples Assim

De uma criança que vê uma imagem do Araki, inadvertidamente colocada como decoração pela faxineira cheia de manias: "uma bunda! Parece a da minha mãe..."

Em busca de um nome para um computador

Na rede do atelier, cada máquina Apple tem um nome. É uma coisa simples de configurar e que facilita a identificação do computador pelo usuário da rede. O mais recente, um G3 bege, é o Azsmann, em homenagem ao Francisco Azsmann, fotógrafo húngaro que passou a habitar a cidade do Rio de Janeiro após a Segunda Guerra Mundial. Azsmann se dedicou e muito a conseguir medalhas em salões de fotografia e se intitulava o expositor mais premiado do mundo fotográfico. No mundo dos fotoclubes isso era grande coisa. Deixando de lado todos os pressupostos do tempo em que Azsmann viveu e fotografou, seu trabalho era bem resolvido tecnicamente. Em 1961 ele publicou o livro "Fotomontagem e Arte" abrindo as portas para seu ambiente criativo e técnico. O livro trás detalhes e dicas que podem ser úteis para quem curte experimentar no laboratório fotográfico. É um livro raro.
Ao lado do Azsmann fica o Performa 6320 ou tambem o Moholy-Nagy. Ficam ligados por um cabo serial que possibilita uma rede Localtalk. Moholy-Nagy é creditado com a frase acerca dos iletrados do futuro não serem aqueles que não saberiam ler, mas sim aqueles que não soubessem fotografar. No entanto ainda não estou certo se foi ele ou Franz Roh, seu compadre. Seus textos estão justapostos no livro editado por Allan Trachtenberg: Classic Essays on Photography, imperdível. As fotomontagens e os fotogramas de Laszlo Moholy-Nagy ampliaram os horizontes de fotografia na primeira metade do século XX, até porque Moholy-Nagy também defendia que não é necessária uma câmara fotográfica para fotografar.
Mais ao lado fica De Barros, um G3 azul e branco. Geraldo de Barros nasceu no interior paulista. Organizou o laboratório fotográfico do MASP e ali dentro deu início aos trabalhos da exposição Fotoformas, muito lembrado pelas sobreposições de negativos de assuntos que contem transparências. Participou ativamente do movimento modernista no Brasil. Sua fotografia trouxe inovação e experimentação. Nos anos 90, o trabalho da exposição Fotoformas foi novamente exibido no MIS-SP. O catálogo dessa exposição também é um item raro nas prateleiras.
Sem endereço certo vive Man Ray um iBook branquinho. Emmanuel Radnitzky era norte-americano mas viveu boa parte de vida como imigrante em Paris. Explorou a solarização, o fotograma, a ampliação em negativo, enfim as várias subversões do meio fotográfico. Man Ray rebatizou seus fotogramas de Rayogramas, como rebatizou a si próprio de Man Ray. Modernista, dadaista ou surrealista, Man Ray também explorou diversas técnicas além da fotografia: pintura, cinema, escultura, colagem, assemblage. E fez lindas fotos de dois bonecos de madeira nas várias posições sugeridas pelo Kama Sutra.
Se me aparecer mais um computador, qual nome darei a ele?

sexta-feira, janeiro 19, 2007

O Eclipse, o inconsciente e o inconsistente


Nada como os livros complementando os dados da rede. Além dos Saldões Kfouri! A imagem está intitulada assim: Avant l'Eclipse, place de la Bastille, 17 de avril 1912. E a capa da revista assim: Les Dernièrs Conversions. La Révolution surréaliste, no. 7, 15 June 1926.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

O surgimento surreal de Eugène Atget


Estudando sobre Dada e Surrealismo encontrei isto:
"Foi, de fato, através da seleção judiciosa de Man Ray e a inserção dentro de uma contextualização surrealista o que permitiu que o trabalho de Eugène Atget pudesse ser "lido" como algo revelador do inesperado diante do ordinário. A imagem feita por Atget de um grupo de pessoas olhando para o céu ilustrou a capa de La Révolution Surréaliste no. 7 (15 de junho de 1926); sob a legenda de "les dernières conversions" (os últimos convertidos), disfarçando o fato de que estavam mesmo era observando um eclipse." (GALE, Mathew. Dada & Surrealism. p.235)

Tentei achar a imagem da revista ou mesmo a foto com as pessoas pois achei muito estranho ser uma foto do Atget, já que a maioria de suas fotos é de detalhes de portas, janelas, vitrines, quase nem mostra a rua, quanto mais um grupo de pessoas observando um eclipse. Detalhe: Atget insistiu que não colocassem o crédito na foto.

Rompem eclusas, duplicam buracos

Rompem eclusas, duplicam buracos, um temporal é a primeira explicação, aquela que omite culpados. Temporal é das causas mortis (é assim?) aquela que pesa no acaso. E também o que molha nossa casa ao deixarmos as janelas abertas num dia de sol. Embora haja "previsão do tempo" e sempre ocorra de dezembro à março.

sábado, janeiro 13, 2007

Post Inaugural

O Temporal chegou. Coincidência ou não choverá em toda a região Sudeste com grande intensidade hoje. Chico, Dani e Luish, espero que seja divertido. Grande abraço!